Engenharia da Lubrificação
A Engenharia de Lubrificação é cada vez mais aliada na construção da Confiabilidade e Disponibilidade operacional, e seu desenvolvimento vai muito além das boas práticas.
De maneira plena, ela constrói perenidade em processos produtivos alimentando não só a cadeia produtiva com soluções, mas construindo resultados financeiros reais.
Antes, esta prática era ignorada pela maioria das empresas, mas em tempos atuais tem ganho cada vez mais protagonismo. Há uma consciência coletiva que o maior feito da engenharia está em desenvolver, criar ou inovar soluções para novos problemas, que muitas vezes nem sabíamos que existiam.
A Engenharia de Lubrificação atua no incremento de Performance de um determinado equipamento que está submetido à uma operação específica.
Estes problemas não necessariamente são gerados pela sua operação, mas sim pelas condições climáticas que estão expostos, local de instalação próximo a fontes de calor, contaminação sólida, umidade, gases, vapores, solventes, bases inconsistentes, aterramento inadequado em motores elétricos e tantas outras variáveis que o fabricante do equipamento não prevê em projeto.
Para situações como esta usamos as técnicas que envolvem a Engenharia de Lubrificação.
A Engenharia de Lubrificação cobre as lacunas as quais a previsão na montagem do equipamento não levou em consideração, ou mesmo não conseguiu prever os problemas ligados ao sistema em sua operação.
Tomemos como exemplo uma planta de papel e celulose: Durante o processo de fabricação de papel há uma grande circulação de água envolvida devido a sua necessidade de umidificação, resfriamento, recirculação e um grande volume de fibras de celulose e resíduos. Todo processo produtivo é devidamente pensado, analisado e projetado, se não fosse por um simples detalhe… O sistema hidráulico de acionamento dos cilindros, fora do sistema da produção de papel, encontra-se exposto a tudo o que envolve esta máquina. Umidade no ambiente, temperaturas elevadas e uma condição mais que propícia para a oxidação do fluido hidráulico inserido neste sistema (não confundir oxidação do óleo com oxidação dos componentes). Esta oxidação aumenta a acidez, fazendo com que o lubrificante acelere a perda de eficiência de seus aditivos, tão necessários ao bom desempenho dos elementos da máquina: braços de pistão, rolamentos, bombas hidráulicas, servo-válvulas, válvulas proporcionais, válvulas mug, etc.
Este aumento de acidez no óleo é, muitas vezes, interpretado como a simples necessidade de troca. Assim, escondemos a real necessidade de avaliar os motivos deste aumento de acidez e aplicar a Engenharia de Lubrificação, incrementando dispositivos e técnicas que evitam esse envelhecimento prematuro do fluido.
Com a aplicação das técnicas de Engenharia de Lubrificação encontramos as fontes de contaminação (umidade e calor) que são partes do processo e não podem ser eliminadas ou isoladas, mas podemos:
– Isolar o fluido destas condições que culminam em sua degradação acelerada.
– Estudar a melhor forma de respiração do equipamento para filtrar a entrada deste agente de umidade
– Bloquear o avanço do calor externo e deixar que a irradiação opere em níveis aceitáveis para boa performance do fluido,
– Em caso de necessidade de mudança deste fluido, entender se as vedações envolvidas estão de acordo com as características deste novo agente
Estes são alguns exemplos de aplicação da prática da Engenharia de Lubrificação.
Há sempre um entendimento de que esta engenharia se basta pela tratativa do lubrificante ou substituição dele por uma linha especial, mas na verdade, ela propõe soluções através de uma visão holística de tudo o que envolve a operação do equipamento e sua lubrificação.
Vantagens:
– Redução na troca de componentes
– Aumento nos intervalos de manutenção
– Maior Conservação e Performance dos Ativos
– Maior produtividade com menores interrupções
– Redução de intervenções humanas
– Redução de reposição de peças
– Aumento da previsibilidade, entre outros.
Quando houver um simples aumento de temperatura em seu equipamento, um ruído diferente, um pequeno vazamento ou mesmo uma condição considerada “não normal” em um ambiente de instalação de uma nova máquina, lembre-se que sempre há a possibilidade enxergarmos a Engenharia de Lubrificação como uma aliada na solução, e embarcado neste processo, também terá a possibilidade de ganhos implícitos diretos ou indiretos.
O redutor que insiste em uma reposição periódica, a troca rotineira de um rolamento com frequência pré-determinada ou mesmo aquela válvula sempre travando mesmo com óleo novo em seu sistema é um ponto de partida para desenvolvimento e geração de resultados através da Engenharia de Lubrificação.
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